Pedro 1, Capítulo 1, 22-24 - Amor Fraterno
22 Em obediência à verdade, tendes purificado as vossas almas para praticardes um amor fraterno sincero. Amai-vos, pois, uns aos outros, ardentemente e do fundo do coração. 23 Pois fostes regenerados não duma semente corruptível, mas pela palavra de
Deus, semente incorruptível, viva e eterna. 24 Porque toda carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva. Seca-se a erva e cai a flor, mas a palavra do Senhor permanece eternamente (Is 40,6s). Ora, esta palavra é a que vos foi anunciada pelo Evangelho.
Deus, semente incorruptível, viva e eterna. 24 Porque toda carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva. Seca-se a erva e cai a flor, mas a palavra do Senhor permanece eternamente (Is 40,6s). Ora, esta palavra é a que vos foi anunciada pelo Evangelho.
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Versículo 22: Somos curados por Deus para uma finalidade: viver um amor fraterno e sem fingimentos. Fomos criados para amar e este amor precisa ser baseado na verdade. Eu tenho coragem de falar para as pessoas o que realmente sinto? Aquilo que revela quem sou são os meus sentimentos... Se não falo abertamente deles, minha maneira de amar não é sincera, pois as pessoas não me conhecem verdadeiramente. É preciso abrir meu coração... Coração com sentimentos bons e ruins... Partilhar os sentimentos bons para estreitar os laços com aqueles que amamos... Partilhar também os ruins, para que não alimentemos mágoas no nosso coração que apenas servem para nos afastar dos nossos irmãos. Mesmo porque corrigir também é ato de amor. E é apenas assim que serei curado e serei capaz de amar ardentemente, do fundo do coração... Mesmo porque, se não falo algo que me incomoda, dou espaço ao ressentimento, que mina o amor que precisa ser sincero. E o ressentimento se instala muito facilmente em nosso coração. Ele nasce facilmente de coisas pequenas que, uma vez ressentidas, se tornam imensas.
Versículos 23-24: Somos capazes desse amor, porque quem nos instrui e regenera é a Palavra Viva de Deus, que é eterna... É a Boa Nova trazida por Jesus Cristo, que nos ensina o amor numa nova dimensão: se antes os mandamentos podiam ser resumidos em dois: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo", com Cristo, somos exortados a amarmos uns aos outros como Ele nos amou... Amar-me como Ele me ama... Amar meu próximo como Jesus ama... Enxergar-me como Ele me enxerga... Enxergar meu próximo com os olhos misericordiosos Dele...
I Pe 2,1: Uma vez convencidos que devemos amar sem fingimentos, São Pedro nos fala de cinco coisas que precisamos deixar para trás para alcançarmos este amor:
- Malícia (maldade): é necessário enxergar meu próximo sem os olhos da maldade, mas com olhos de misericórdia. Não julgar os atos na ótica da malicia, mas ver através dos acontecimentos. Perceber que ninguém dá o que não tem... Quem tem flores, dá flores. Quem tem pedra, dá pedra... Se uma pessoa é amarga, é porque não recebeu da vida doçura... E se percebo isso, fica mais fácil relevar os atos de grosseria, por exemplo.
- Astúcia: a arte de enganar não vem de Deus. O pai de toda astúcia é o demônio e por isso precisamos fugir dela. Não podemos nos enganar, nem enganar o nosso próximo, pois se somos de Deus, precisamos viver a verdade.
- Fingimento: está intimamente ligado à astúcia e como vimos nos versículos anteriores, é o empecilho maior para que possamos nos revelar. E se não nos revelamos, não somos sinceros e por isso não habita em nós o verdadeiro amor.
- Inveja: ter inveja de alguém é cobiçar o que o outro tem. Não se trata de uma vontade de ter também, mas de uma vontade que o outro não tenha e você sim. Este sentimento é tão oposto do amor, que foi por inveja que Satanás virou um anjo decaído. Por isso, precisa ser extirpado de nossa vida se quisermos viver o amor fraterno que Nosso Senhor sonha para cada um de nós.
- Maledicência: está na Bíblia que se tenho algo contra alguém , preciso falar para a pessoa diretamente. E porque isso? Porque Cristo quer que evitemos a maledicência. Cristo quer que cultivemos a verdade e a paz. Falar de alguém pode causar danos irreparáveis. Posso, inclusive, "matar" a imagem da pessoa para outros... É preciso ter a coragem de ser autentico e praticar o amor fraternal, corrigindo a pessoa, sabendo que todos nós somos falíveis e por isso precisamos "suportar" uns aos outros. Suportar no sentido de “dar suporte”! E se o outro não receber a mensagem de paz que trazemos, está escrito que a paz voltará para a gente.
Então não há perdas nesse caminho. Se a pessoa aceita minha correção fraterna, ganhamos os dois. Se ao contrário, ela não aceita a proposta de paz, a paz retorna para mim... E como verdadeiros discípulos, preciso sacudir o “pó da sandália”(Mc 6,10), deixando para trás todos os sentimentos que não são puros, pois esses sentimentos não nos pertencem e pesam quando levamos conosco em nossa caminhada.
“Que Nosso Senhor nos nutra com Seu amor, para que possamos ser instrumentos desse amor para todos os nossos irmãos. Que Ele afaste de nós todo fingimento, inveja, maldade, astucia e maledicência, pra que sejamos plenamente curados e saibamos viver o amor em toda a sua plenitude.”
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